quarta-feira, 18 de julho de 2007

Baloiço


Há momentos em que a vida se assemelha a um baloiço.

Por vezes, tens os pés bem assentes na terra, não andas nem para a frente, nem para trás, fazes movimentos giratórios, aproveitas a doce sensação de calma e de tranquilidade sem saíres do mesmo sítio.

Há situações, em que, timidamente, começas a ganhar balanço e ora avanças, ora recuas, quando vais para a frente não fazes conquistas extraordinárias, mas quando retrocedes também não perdes muito.

No entanto, há dias em que resolves dar balanço e ver até onde consegues ir, decides perceber como será a sensação do vento a beijar-te o cabelo, decides que queres conhecer a sensação de um pássaro que voa em liberdade, queres ter os raios de sol aquecer-te o rosto, queres voltar a sentir a alegria espontânea de uma criança pequena, e aí, o céu é o limite. Mesmo nos momentos em que o baloiço vai atrás, sabes que é apenas para continuar a ganhar balanço, para cada vez, poderes voar mais alto.

E este é um prazer que só consegues saborear sozinha. Porque quando tens alguém atrás de ti a empurrar o baloiço, podes ter exactamente as mesmas sensações de bem estar, sentir que estás a partilhar uma brincadeira, no entanto, no teu íntimo, sabes que perdes a independência de brincar como muito bem te apetece, estás sempre receosa que essa pessoa deixe de te empurrar, ou então, que te abandone no parque sozinha, ou pior, que te empurre com uma violência tão grande que te faça cair no chão sem dó nem piedade.

Na vida, como no baloiço, há que impor o ritmo que é o ideal para nós, há momentos para voar radicalmente, até que a corrente não estique mais, há momentos para baloiçar preguiçosamente e saborear, há momentos para parar e pensar como se quer conduzir a nossa vida. Simplesmente isso:

Parar e pensar!

TUDO TEM UM TEMPO,TUDO TEM UM FIM.... e...

É melhor assim.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Confusão


Tem dias que eu não sei o que sinto. Tem dias que eu não entendo o que meu coração insiste em dizer. Há momentos em que desejo fugir, mudar tudo, recomeçar... mas, a coragem às vezes me abandona... Tem dias em que desejo partir, e percebo que muitas vezes estou voltando. Há horas em que a mágoa fala tão alto que quase me sufoca... horas em que as boas recordações me fazem esquecer tudo o que de ruim eu vivi. Há certos momentos em que penso que as pessoas que um dia me fizeram sofrer, merecem passar por tudo que eu passei, pois só assim terão noção do quanto eu chorei. ...e sofri. Mas, estes sentimentos são passageiros e por instantes eu acho que ninguém merece sofrimento. Algumas vezes eu procuro respostas, mesmo sabendo que deveria estar convencida há muito tempo, que elas jamais me serão dadas. Muitas vezes sou sincera demais e bastam segundos para me arrepender, porque sinceridade também pode doer... jà deixei de acreditar em amor eterno. Mas, o meu coração muitas vezes me prova o contrário. Sentimentos que vão e vêm, bons e ruins, belos e tristes... Às vezes eu queria o passado de volta. Noutros momentos, sinto que o presente não me traz nada de novo. Há horas em que a ausência grita em meu peito. Mas quando tento perceber, porquê....desisto. Tem momentos em que eu queria muito me sentir importante, amada e lembrada. Em outros, qualquer manifestação me soa como mentira. Tem dias que me sinto a pessoa mais só do mundo, mesmo com muitas pessoas ao meu lado. Existem horas em que eu me canso de ter tanta gente por perto. Tem momentos em que eu queria estar só e ouvir o meu silêncio. E há muita gente, há muitas vozes muita impaciência, pouco tempo, muita correria... Há momentos em que eu precisava parar, e quando percebo, já estou a correr novamente. Às vezes sinto saudades de quem eu fui. Em outras, sinto que, mesmo com o coração "remendado", eu amadureci, cresci muito e talvez hoje eu seja melhor que antes. Em certos momentos eu fico assim: um turbilhão de sentimentos ....num meio termo de tudo quanto me orgulho de ser...