domingo, 13 de abril de 2008

A Queda...


Talvez eu não queira mais ser
Talvez eu não queira mais ser...
Nem vento
Nem brisa
Nem água
Talvez eu não queira mais ser...
Fogo
incandescente. Torrente.
Oceânicas lavas.
Cansa-me acordar adormecida
dentro do ventre húmido das palavras
salivadas no fel de dores e mágoas.
Cansa-me erguer um corpo
pesa permanentemente
mil toneladas.
Talvez eu não queira mais ser
(des)ordenada onda, espuma, vaga ...
Baia... bonança,
ancoradouro ou cais.
Cansas-me tu, existência.
Cansa-me a embriagues
do Sonho.
(Já não sonho mais, já não sou Fada!).
Cansam-me!
os odores das rosas repisadas...
Cansa-me o sal do mar,
e o o ardor da pele encortiçada.
Cansa-me olhar os veios esfumados
das tuas asas para além do horizonte!
Cansa-me o tudo e o nada.
Andorinha ...
Estou cansada!
Perdi as asas...
Não tenhas pena...
Deixei de voar... mas,
aprenderei novamente...
a andar...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

PERDA



Perda...
Incoerente a sensação da perda.
A cada dia até mesmo a dor definha.
A saudade impera,
As lembranças avivam,
E a presença faz sentido, sentida...
Chorar é não deixar doer, e doi...
Dor amarga, fel-da-terra ou ferida.
Mesmo o pranto límpido faz renascer,a angustiante sensação de perder,
E dilacera o coração que em frangalhos,pulsa e luta, apesar de sofrer. Tentando vencer o vazio acolhe migalhas, fragmentos de contentamentos não contidos. Sorriso débil entremeado à boca,vindo do nada, indefinido e mantido, e mesmo assim cresce o vazio...
Como uma chaga aberta, úlcera exposta, arqueja exaurida que feche em cicatriz...
Que finde o pesar, cesse o vácuo, e o gosto amargo então desapareça....
Por fim, a contraditória sensação:Perder e sentir, que poderia ser dissipada,
Agora, aliada à vida segue contígua, disfarçada em nostalgia, arraigada...
Porém oculta como raiz.
Deixo-te a mais cheirosa, a que mais gostavas...
Deixo-te o meu pensamento em ti eterno...
Deixo-te a esperança de te encontrar um dia...
Com todo meu amor...
Tua filha,