sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Inútil


Inútil...
O vestido preto
O verniz e o batom
Que escondem a verdade
D'uma vida de ilusão.
Olhar,
Cabisbaixo
Que tenta disfarçar as lagrimas
Consideradas loucas, sem razão.



Inútil...
O colar e o anel
Que adornam,
E tentam disfarçar a escuridão.
Gestos,
Cansados,
Por vezes enfeitiçados,
Pela melodia de uma canção.



Inútil...
O sorriso rasgado
Desenhado nos lábios,
De alguém,
Sem emoção.

domingo, 16 de dezembro de 2007


Sento-me num canto da Lua.
Observo a noite a desnudar-se num sono entorpecido...
Vislumbro tempestades de sonhos.
Há almas que voam!
São silêncios vivos,
atalhos de timbres taciturnos.

No desnudar da noite mora o vestir do dia...

A incerteza solta um tremor!
Saudade...

Os olhares trocados
elevam-me a um mundo fantástico.
De fantasia, magia...


Corações respiram pulsações
Rápidas...Quentes...Calmas...


Eu?

Eu permaneço aqui!
Neste recanto da Lua.
Distante!
Mas eternamente submersa
na fusão ardente
dos segredos das almas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Receio




Hoje abro mais um pouco a porta...
Andava só meio a espreitar pela janela
com medo do que resultaria...
com receio do que digo,
do que penso,
do que sou...
com receio do que dizem,
do que pensam,
do que não sou...
do que não quero,
do que quero demais,
do que falo de menos,
Andava só meio de mim, andava só meia lua... e como sou de luas... nunca sei o que sai do tanto que não sei, do que demais duvido,
e do que excessivamente...


divago.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Deixa-me



O que importa se é apenas uma ilusão? Se quando chegar o dia, nada fica além de uma suave recordação?
Que importância tem, se aquilo que por um momento embalou o coração, não passa de uma saudade? Que mal tem viver num pequeno mundo inventado se cada segundo passado a imagina-lo fez sorrir?

Não é no sonho que somos perfeitos? Fáceis de amar, cheios da tal felicidade que se almeja?

A alma solta-se e procura no sótão da nossa memória tudo aquilo que foi dito, feito e sentido para que o sonho seja perfeito. Ela vagueia pelas frases ditas em silencio, pelos gestos trocados, pelo sentimento que nasce do nada mas que se faz luz na escuridão…

Inventa comigo a magia, a doçura... Ajuda-me nos caminhos que traço pela noite fora, contando as horas nas batidas de um coração…

Junta-te a mim, nas ilusões que o mar vai trazendo até a praia dos sentidos. Esquece a vida por um momento e entra no meu sonho. Não deixes a aurora roubar-te a alma…

Inventa comigo memorias, saudades, sentidos e desejos…

Inventa comigo um momento… e deixa-me sonhar!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Caminhos



Percorro os caminhos que minha alma traçou, procurando os sinais que me fizeram acreditar, que eram ladrilhados de sorrisos e encantos...

Sigo-os tentando perceber porque me parecem tão vazios, pois eram ladeados de sonhos e feitos de horizontes mágicos…

Lembro dos momentos em que as lágrimas foram chuva miudinha e os sorrisos raios de sol que me aqueceram…

Cada passo era dado com a firmeza da certeza, caminhando na direcção de um pôr-do-sol maravilhoso…

Mas hoje, reparo que os caminhos traçados, foram ilusões onde as palavras se perderam sem eco…

Foram caminhos de sonho que a realidade pintou com labirintos e cadeados…

E hoje, ao voltar ao seguir esses atalhos, sei que na verdade, a alma continua intocada…

Apenas fui e sou…um ser alado, de uma história qualquer, que ficou preso em algum lugar, a espera de um fim que não tem principio…

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Outono... Sinto-te



Fecho a porta de casa...
sinto a pele fresca, a sensação de saudades que só o Outono nos oferece...
A sensação de melancolia... O cinzento que nos espreita, a penumbra do entardecer...
As noites maiores...
... É quase tempo de saborear um chá quentinho... deixar os calções a t-shirt, vestir algo mais quentinho e passear a beira mar e contemplar a cor prata do céu, e do mar...

É esse o tempo de recordar, de arrumar, de (re)sentir tudo o que o verão nos deixou, de voltar a olhar as chamas da lareira e ficar... ficar... de olhos fechados!
É tempo de suceder e anteceder, de desacelerar a correria desenfreada e incessante pelo amanhã...
... É tempo de "Guardar só aquilo que é bom de guardar" de abraçar as memorias.
... É tempo de não fugir a sete pés desta estação que nos permite o encontro connosco, do silêncio que aí reside, do eco que nos leva a olhar para dentro e nos confronta com os meios, as duvidas, as angustias e também as certezas e as convicções mais profundas...

OUTONO! Espero ansiosamente por ti!!!!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007


Por agora, deixemos de lado o meu “estilo” de Blog...

Pois hoje estou realmente chateada , afrontada e incomodada, com esta porcaria de País!!!

Hoje aterrou em Portugal uma individualidade. ( Esta pequenez de País, que poderia em pequenos gestos fazer a diferença, fazer historia)
Sua Santidade 14º Dalai Lama, titular de um prémio “Nobel da Paz”, uma figura incontornável dos meios internacionais.
Mais uma vez (tal como em 2001) o primeiro ministro de Portugal e sua Exaª o Presidente da Republica (Tiro o Exaª, Cavaco Silva, já era, foi a gota de agua... deixei efectivamente de ser Cavaquista) recusaram receber esta individualidade, por pressões diplomáticas Chinesas.
INACREDITAVEL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Estou deveras mal impressionada!

O Tibete está para a China como Timor estava para a Indonésia, e que moralismo temos, quando os mesmos políticos levantaram a voz a favor de Timor????
Que povo vendido aos Chineses somos nós?
Aos Chineses, ou outro povo qualquer?
Viramos as costas a Paz???
Pela politica?
Por interesse?
O Nosso País vira as costas ao Premio Nobel da “PAZ”?????? Inacreditável!!!!!
Sinto-me envergonhada por viver neste Pais!!!

Somos é usados como país pobre, para a venda de produtos sem qualidade, que é descarregado em Portugal, sem controlo de qualidade nenhum, para ser mais realista... LIXO!!! Lixo... Para além de que, até têm o privilegio de terem instalados negócios que não pagam os mesmos impostos que nós!!??? Mas o que é isto????

Que pequenez demonstramos nos momentos em que devíamos ser cordiais com as pessoas que querem a paz, somos minúsculos, desprezíveis...


Pois hoje não fico em paz, estou revoltado, e aqui escrevo, BEM VINDO DALAI LAMA!!!

BEM VINDO!


ODEIO PORTUGAL!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Morre Lentamente


Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê, quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor próprio
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
Não arrisca uma cor nova
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão
Quem prefere o “preto no branco” e os “pontos nos is”
A um turbilhão de emoções indomáveis
Justamente as que resgatam um brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa
Quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte
Ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
Não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo
Exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos então!!!


Carlos Ferreira (Poeta Angolano)

Já deves ter morrido...


quarta-feira, 18 de julho de 2007

Baloiço


Há momentos em que a vida se assemelha a um baloiço.

Por vezes, tens os pés bem assentes na terra, não andas nem para a frente, nem para trás, fazes movimentos giratórios, aproveitas a doce sensação de calma e de tranquilidade sem saíres do mesmo sítio.

Há situações, em que, timidamente, começas a ganhar balanço e ora avanças, ora recuas, quando vais para a frente não fazes conquistas extraordinárias, mas quando retrocedes também não perdes muito.

No entanto, há dias em que resolves dar balanço e ver até onde consegues ir, decides perceber como será a sensação do vento a beijar-te o cabelo, decides que queres conhecer a sensação de um pássaro que voa em liberdade, queres ter os raios de sol aquecer-te o rosto, queres voltar a sentir a alegria espontânea de uma criança pequena, e aí, o céu é o limite. Mesmo nos momentos em que o baloiço vai atrás, sabes que é apenas para continuar a ganhar balanço, para cada vez, poderes voar mais alto.

E este é um prazer que só consegues saborear sozinha. Porque quando tens alguém atrás de ti a empurrar o baloiço, podes ter exactamente as mesmas sensações de bem estar, sentir que estás a partilhar uma brincadeira, no entanto, no teu íntimo, sabes que perdes a independência de brincar como muito bem te apetece, estás sempre receosa que essa pessoa deixe de te empurrar, ou então, que te abandone no parque sozinha, ou pior, que te empurre com uma violência tão grande que te faça cair no chão sem dó nem piedade.

Na vida, como no baloiço, há que impor o ritmo que é o ideal para nós, há momentos para voar radicalmente, até que a corrente não estique mais, há momentos para baloiçar preguiçosamente e saborear, há momentos para parar e pensar como se quer conduzir a nossa vida. Simplesmente isso:

Parar e pensar!

TUDO TEM UM TEMPO,TUDO TEM UM FIM.... e...

É melhor assim.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Confusão


Tem dias que eu não sei o que sinto. Tem dias que eu não entendo o que meu coração insiste em dizer. Há momentos em que desejo fugir, mudar tudo, recomeçar... mas, a coragem às vezes me abandona... Tem dias em que desejo partir, e percebo que muitas vezes estou voltando. Há horas em que a mágoa fala tão alto que quase me sufoca... horas em que as boas recordações me fazem esquecer tudo o que de ruim eu vivi. Há certos momentos em que penso que as pessoas que um dia me fizeram sofrer, merecem passar por tudo que eu passei, pois só assim terão noção do quanto eu chorei. ...e sofri. Mas, estes sentimentos são passageiros e por instantes eu acho que ninguém merece sofrimento. Algumas vezes eu procuro respostas, mesmo sabendo que deveria estar convencida há muito tempo, que elas jamais me serão dadas. Muitas vezes sou sincera demais e bastam segundos para me arrepender, porque sinceridade também pode doer... jà deixei de acreditar em amor eterno. Mas, o meu coração muitas vezes me prova o contrário. Sentimentos que vão e vêm, bons e ruins, belos e tristes... Às vezes eu queria o passado de volta. Noutros momentos, sinto que o presente não me traz nada de novo. Há horas em que a ausência grita em meu peito. Mas quando tento perceber, porquê....desisto. Tem momentos em que eu queria muito me sentir importante, amada e lembrada. Em outros, qualquer manifestação me soa como mentira. Tem dias que me sinto a pessoa mais só do mundo, mesmo com muitas pessoas ao meu lado. Existem horas em que eu me canso de ter tanta gente por perto. Tem momentos em que eu queria estar só e ouvir o meu silêncio. E há muita gente, há muitas vozes muita impaciência, pouco tempo, muita correria... Há momentos em que eu precisava parar, e quando percebo, já estou a correr novamente. Às vezes sinto saudades de quem eu fui. Em outras, sinto que, mesmo com o coração "remendado", eu amadureci, cresci muito e talvez hoje eu seja melhor que antes. Em certos momentos eu fico assim: um turbilhão de sentimentos ....num meio termo de tudo quanto me orgulho de ser...

sábado, 30 de junho de 2007

EU...


Volto!!

Ferias...





Teu!




Todas as noites a tristeza vem dormir comigo.

Afaga o meu cabelo e vagueia por mim como uma brisa leve, mas que pesa tanto.

Todas as noites a tristeza vem dormir comigo,

Para que não esqueça que não estou verdadeiramente só, pois ela está sempre presente.

Todas as noites a tristeza vem dormir comigo,

E ocupa aquele lugar vazio...

Que deveria ser teu!

Vem...



Vem..., conversemos através da alma...
Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos.
Sem exibir os dentes, sorri comigo...
Entendamo-nos pelos pensamentos, sem línguas, sem lábios.
Sem abrir a boca, contemo-nos todos os segredos do mundo, como faria a inteligência divina.
Fujamos dos incrédulos que só são capazes de entender se escutam palavras e vêem rostos.
Ninguém fala para si mesmo em voz alta.
Já que todos somos um, falemos desse outro modo.
Como podes dizer à tua mão: "toca", se todas as mãos são uma?
Vem... conversemos assim...
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma.
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem... posso mostrar-te.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Lembranças



Sempre existirá algo mais a ser dito mesmo que se esgotem as palavras.

E existirá, um brilho a mais no olhar mesmo que se ofusque a visão, como numa última folha em branco. E mesmo que persistam a distância e tempo; vazio e silêncio... existirá sempre um compasso de espera. Como numa sinfonia inacabada. Como o sol, esperando o retirar-se da lua. Como um desabrochar de flor. Existirá sempre um espaço, um cantinho naquela gaveta empoeirada e cheia de lembranças. Sempre haverão de existir hipóteses para um novo sorriso, para um outro encontro de mãos e, haverá de haver sempre, um coração receptivo para começar tudo de novo... para armazenar um momento a mais a cada momento em que houver uma história pronta para recomeçar...... ou findar-se de vez.

Existirá sempre a saudade, a esperança de uma hipótese a mais fortalecida por palavras que só os olhos podem dizer e que...

... as lembranças teimam por confirmar...

Sou Apenas Alma...

Sou apenas alma…
Sonho sem sonho, vida sem vida…
Espírito livre que voa sem destino…
Imagem reflectida em cada lágrima caída, em cada lagoa de um olhar perdido.
Imagem de quem não sou!
Sou apenas alma…
Corpo sem corpo, coração sem coração…
Pensamento que não pára…
Sensação de vazio que somente é o vazio.
Vazio que o tempo não dá tempo para preencher o que sou!
Sou apenas alma…
Sou tristeza…

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Lucidez Silenciosa


Lucidez Silenciosa
Silêncio agora, não chore
Enxugue a lágrima do seu olho...
Você está deitada a salvo na cama
Foi tudo um sonho ruim
Rodando em sua cabeça...
Sua mente te enganou para sentir o sofrimento
De alguém próximo a você abandonando do jogo da
vida.
Então aqui está, outra chance
Totalmente desperta, você encara o dia
Seu sonho terminou... ou ele apenas começou?

Existe um lugar onde eu gosto de me esconder
Uma porta em que eu entro à noite.
Relaxe criança, você estava lá
Mas apenas não percebeu e ficou assustada.
É um lugar onde você aprenderá
A encarar seus medos, reconstituir os anos
E dominar os caprichos de sua mente...
Governando num outro mundo
Repentinamente você ouve e percebe
Esta nova dimensão mágica.

Eu... estarei cuidando de você
Eu vou te ajudar até o fim
Eu te protegerei na noite
Estou sorrindo próximo a você... numa lucidez
silenciosa.

Visualize seu sonho
Grave-o no tempo presente
Coloque-o dentro de uma forma permanente
Se você persistir em seus esforços
Você pode conseguir o controle do sonho
Controle do sonho
Como ficou então, melhorou
Me abraçe
Se você abrir sua mente para mim
Você não dependerá de olhos abertos para perceber que
Os muros que você construiu por dentro
Estão desmoronando e um novo mundo começará
A viver duplamente logo que você aprenda.
Você está a salvo da dor no domínio do sonho
Uma alma livre para voar.
Uma viagem de ida e volta dentro da sua cabeça
Mestre da ilusão, você consegue imaginar?
Seu sonho está vivo, você pode ser a guia mas...

Eu... estarei cuidando de você
Eu vou te ajudar até o fim
Eu te protegerei na noite
Estou sorrindo próximo a você...

Sorriso


Se houver alguma coisa que possa despertar um sorriso...

Porque não usa-la?
Se por alguma razão conseguir esse sorriso...

Já tera valido a pena estar aqui.
...

domingo, 24 de junho de 2007

Palavras



As palavras, marcam-se e distinguem-se nos retornos.
Elas, têm a capacidade de edificar os sentires, e de fazerem ruir uma vida, como num castelo de cartas! Sempre me imaginei cúmplice das palavras.
Sempre soube, que as deveria usar com a moderação que a minha consciência ditava, e por isso, desde pequena, que recorri a elas, como bóia que me mantinha à tona da sanidade.
Muitas vezes, me prendi em palavras que me tocaram. Muitas vezes me deixei viver em palavras que fui ouvindo, ou lendo. Fiz delas sentir, e escolhia-as para mim. Gostava da magia das palavras, que sem dar conta, se instalavam e me faziam ir muito para além do que eu queria, apenas porque a elas, eu não negava a minha entrega, e não renunciava o prazer que elas me davam.Também nesses momentos densos, em que as palavras eram protagonistas, a musica acentuava sempre o significado das palavras, talvez porque a musica, fosse a primeira forma de linguagem universal que cruzou a minha vida.
Gosto das palavras sentidas, intensas, densas, desmedidas... Detesto o tom rude das palavras que se vestem de ironia, especialmente quando nascem do despeito e se tomam como certas, em momentos de menos clareza!
Por isso, também eu, gosto de me enroscar nas palavras, mas, sei bem porque gosto, porque elas, são em definitivo, parte de mim!

A Sós...


Precisava de um momento a sós comigo própria.
Precisava parar e pensar sentir e chorar! Estava cansada de reter as lágrimas e sorrir sem vontade. Precisava soltar minha alma e deixar minha dor ser grito, lavando meu coração e deixando assim a mágoa sair …
Misturei minhas lágrimas a chuva. Deixei-as percorrer o rosto sem as limpar e acabaram por se misturar as águas do rio o coração falou, gritou, e chorou, mas não deixou de sentir, de querer,… apenas ficou mais aliviado.
E a dor virou saudade. Uma doce saudade de um raio de sol, de um céu salpicado de mil estrelas e de um luar cheio de magia!
Os dias já não são tão bonitos, mais ao longe, no horizonte de um mar agitado, há sempre um pôr-do-sol que lembra o beijo doce de um anjo...…

Estrelas...



Estrelas...
Esta noite, deitei-me cedo, estava cansada e sentia falta do aconchego do meu cobertor.
O sono logo me envolveu e já não estava na minha cama, já não havia silêncio...
Ouvia a canção do mar e sentia as ondas molhar meus pés. Estava na praia, iluminada pelas estrelas e por uma lua esplendorosa que se reflectia na escuridão da noite. O mar estava calmo e formava no horizonte uma linha branca de espuma como quem mostra que algo existe para além de um fim do mundo que quero tocar mas que se afasta a cada passo que dou...
Senti-me como um pequeno grão de areia perdida na imensidão da praia. Quando a água gelada me tocou, descobri que era apenas lagrimas salgadas.
Não sei se eram minhas ou se seriam de todos aqueles anjos que lá do céu velam por mim e que eu amo... Naquela hora, fiquei sem saber se havia de me deixar levar pelas ondas ou se devia ficar na praia e continuar com o olhar perdido em busca de um farol que me resgatasse com sua luz... Quando a alvorada chegou, ainda estava naquela praia, fixando o horizonte onde o mar e o céu se tocam e se tornam um só...
Estrelas do mar, estrelas do céu, cada uma de vos tem o nome da saudade, da ternura e do carinho... e se tu estrela do mar guardas minhas lagrimas, nas tuas aguas misturadas com outras tantas choradas por corações magoados, a ti estrela do céu peço que iluminas minha vida e faças meu coração bater ao ritmo certo do amor...