quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Xiuuuu!


Silencio que tocas baixinho a melodia de uma saudade, embala meu coração nas batidas ritmadas dos sorrisos que se perderam … Canta no vazio de que és feito e traz de volta o eco das palavras de uma canção… Faz meu coração bailar ao som das rimas que o tempo tocou em seus minutos e que o vento murmurou baixinho…

Silencio que vestes a alma de solidão sentida, grita nos raios de sol, as palavras que me aqueceram e que se fizeram quadras de um poema… Palavras que se mostraram nos gestos prometidos e pintaram cada bocadinho de pele com o sonho de uma carícia terna, suave…

Grita Silencio para que eu possa de novo chorar a ausência em cada lágrima que provocas… Grita bem alto e tinge de verde esperança este meu coração que bate com a força de um sentimento que ficou suspenso no tempo…esperando por algo que ainda não sei o que é, mas que sinto a cada compasso…

Anda silencio, companhia constante de meu viver… Vem comigo e ouve com atenção aquilo que te diz o coração. Escuta na minha voz as palavras que a alma desenha nas folhas brancas e leve-as contigo…

Vai… Deixa-me… Liberta-me deste vazio onde me prendes e trás na volta, a certeza de um amanhecer cheio de melodias e de sorrisos… Procura em outras almas, o mesmo sentido que tu me dedicas e enche-as com o som de minha voz…

Talvez assim, amigo Silencio, meu coração encontre o sorriso que o vai fazer bater o compasso certo de uma melodia de amor… e nesse ritmo tanto desejado, tu sejas apenas o título de meu poema… Silencio!

sábado, 20 de setembro de 2008

Encanto


Nasci numa história de encantar, onde não há princesas, dragões ou cavaleiros andantes.

Não existem batalhas para travar, vitórias para festejar nem casamentos para celebrar.
Não tem castelos de torres altas, nem terras longínquas para conquistar.

Nasci numa história de encantar que não começou com “era uma vez”, que não incluiu bruxas más nem madrinhas boazinhas. Onde não há carruagem feitas de abóbora nem hora marcada para desfazer qualquer feitiço.

Nasci na ilusão que as palavras ao vento criaram, inventando uma história de encantos.

Fui feiticeira de emoções, fada de sensações…
Colocaram-me asas de ternura feitas com as penas de uma alma sofrida.

Nasci no desejo de voar nos sonhos nunca antes sonhados, tão distantes de alcançar como a linha do horizonte. Na vontade de chegar sem nunca ter saído do mesmo lugar, a certeza de ser sem nunca ter sido.

Nasci numa história de encantar em que as palavras foram folhas ao vento, em que as rimas foram melodias, em que as emoções foram magia. Deram-me asas de sonho e fizeram-me voar pelas sensações mais bonitas.

Nasci numa história que acaba e começa, sem principio nem fim...

Uma historia de encantar escrita nas paginas do livro da vida… apenas minha.


Nasci simplesmente!!

domingo, 13 de abril de 2008

A Queda...


Talvez eu não queira mais ser
Talvez eu não queira mais ser...
Nem vento
Nem brisa
Nem água
Talvez eu não queira mais ser...
Fogo
incandescente. Torrente.
Oceânicas lavas.
Cansa-me acordar adormecida
dentro do ventre húmido das palavras
salivadas no fel de dores e mágoas.
Cansa-me erguer um corpo
pesa permanentemente
mil toneladas.
Talvez eu não queira mais ser
(des)ordenada onda, espuma, vaga ...
Baia... bonança,
ancoradouro ou cais.
Cansas-me tu, existência.
Cansa-me a embriagues
do Sonho.
(Já não sonho mais, já não sou Fada!).
Cansam-me!
os odores das rosas repisadas...
Cansa-me o sal do mar,
e o o ardor da pele encortiçada.
Cansa-me olhar os veios esfumados
das tuas asas para além do horizonte!
Cansa-me o tudo e o nada.
Andorinha ...
Estou cansada!
Perdi as asas...
Não tenhas pena...
Deixei de voar... mas,
aprenderei novamente...
a andar...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

PERDA



Perda...
Incoerente a sensação da perda.
A cada dia até mesmo a dor definha.
A saudade impera,
As lembranças avivam,
E a presença faz sentido, sentida...
Chorar é não deixar doer, e doi...
Dor amarga, fel-da-terra ou ferida.
Mesmo o pranto límpido faz renascer,a angustiante sensação de perder,
E dilacera o coração que em frangalhos,pulsa e luta, apesar de sofrer. Tentando vencer o vazio acolhe migalhas, fragmentos de contentamentos não contidos. Sorriso débil entremeado à boca,vindo do nada, indefinido e mantido, e mesmo assim cresce o vazio...
Como uma chaga aberta, úlcera exposta, arqueja exaurida que feche em cicatriz...
Que finde o pesar, cesse o vácuo, e o gosto amargo então desapareça....
Por fim, a contraditória sensação:Perder e sentir, que poderia ser dissipada,
Agora, aliada à vida segue contígua, disfarçada em nostalgia, arraigada...
Porém oculta como raiz.
Deixo-te a mais cheirosa, a que mais gostavas...
Deixo-te o meu pensamento em ti eterno...
Deixo-te a esperança de te encontrar um dia...
Com todo meu amor...
Tua filha,

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Olhar


Olhar penetrante, intensidade, momento em que as imagens percorrem a mente.
Magia, fantasia, janela aberta, noite fria.
Olhar terno, sorriso aberto, instante em que te descobres ao firmamento.
Lugar escondido, detrás da realidade, simplesmente luz, a brilhar.
Olhar sincero, momento de paixão, fogo e emoção.
Sensualidade que queima, profusão.

Ilusão, que retens, seguras, com os olhos, as estrelas que caem dos céus.

Olhar perdido, da vida escondido, no vazio de um horizonte que não alcança, num lugar infinito que nunca chega.
Vago, dúbio e truvo, mas imensamente belo para transpôr para a realidade.

Olhar vazio, cheio com tantos nadas, ilusões perdidas em tantas caminhadas, muitas questões, poucas respostas, desilusões que as vidas te aportam e que a janela da alma expõe sem se dar conta.

Olhar, apenas reflexo, daquilo que somos por dentro.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Uma Carta para Ti...


Uma Carta para ti…

Não te conheço nem nunca te vi. Só sei de ti, aquilo que se diz por aí e aquilo que nos ensinam quando pequenos. Não frequento tua casa e muitas vezes duvido de tua existência. Apesar de ter sido educada nos teus princípios, sigo apenas aqueles que eu acho justo...pelo menos para mim.

Quero acreditar que estás aí e que ouves quem de ti precisa e acredita na tua força. É bem mais fácil ter alguém a quem culpar pelo mal que nos acontece, pelas lagrimas que choramos... Sim, andas na boca do mundo. Se é bom, és milagre, se é mau, é porque não podes ouvir toda a gente! Será mesmo assim? Tenho minhas duvidas!! Mas a verdade é que ninguém te culpa e no entanto... eu acho que se realmente existes, se tens o poder que te dão, então és tão culpado ou mais de tudo o que acontece!

Não sei rezar, nunca aprendi mas falo muitas vezes contigo, do meu jeito... Não uso grandes palavras de louvar mas dirijo-me a ti como á um amigo. Sei que é sempre um monologo, pois de ti, não recebo resposta. Pareço uma miúda que fala com seu amigo imaginário... e talvez tu sejas isso mesmo!! Acho que te fizeram mudo para não teres que falar com tanta gente ao mesmo tempo. Quem se entende no meio de tanto pedido? Ou será para não ter que responder aquilo que não se quer ouvir?

Não sei se sou justa naquilo que sinto por ti. Na verdade, nem sei ao certo o que sinto. Posso errar em cada sentido meu, em cada sensação mas sou aquilo que fizestes de mim ou não és tu quem nos dá vida e nos molda a tua imagem? Acho que no fundo, todos somos parecidos contigo, alguns no melhor de ti... outros naquilo que tens de pior!! Eu fico-me pelo meio...( deve ser mesmo aqui que está a virtude!!)

Nunca te pedi algo para mim, nunca te culpei por aquilo que sou ou acontece comigo. Não seria justo, uma vez que não sei se realmente estás presente naquilo que me rodeia. Quando peço, faço-o por todos aqueles que em ti depositam a sua esperança, a sua fé... e por aqueles á quem amo. E tu sabes porquê. Sempre que pedi algo para esses pedacinho de alma minha, não te prometi sacrifícios, nem saberia fazei-los pois a vida já é muitas vezes um sacrifício por si mesma mas em troca, dou-te sempre dias de minha vida!

Como não nasci sabendo de quanto tempo seria minha vida, não sei quantos dias já troquei nem quantos me faltam para viver... também pouco importa não é mesmo?

Desculpa meu jeito e não deixes de ser meu amigo, ajudando não só quem eu amo mas todos aqueles que precisam de ti. Quanto a mim... bem... deixo ao teu critério pois sabes que te agradeço quando me ouves mas que também sou a primeira a negar tua existência quando a vida me magoa!! Deves saber se mereço ou não, o teu abraço protector...

Hoje escrevo neste cantinho de minha alma uma carta para ti....