domingo, 24 de junho de 2007

Palavras



As palavras, marcam-se e distinguem-se nos retornos.
Elas, têm a capacidade de edificar os sentires, e de fazerem ruir uma vida, como num castelo de cartas! Sempre me imaginei cúmplice das palavras.
Sempre soube, que as deveria usar com a moderação que a minha consciência ditava, e por isso, desde pequena, que recorri a elas, como bóia que me mantinha à tona da sanidade.
Muitas vezes, me prendi em palavras que me tocaram. Muitas vezes me deixei viver em palavras que fui ouvindo, ou lendo. Fiz delas sentir, e escolhia-as para mim. Gostava da magia das palavras, que sem dar conta, se instalavam e me faziam ir muito para além do que eu queria, apenas porque a elas, eu não negava a minha entrega, e não renunciava o prazer que elas me davam.Também nesses momentos densos, em que as palavras eram protagonistas, a musica acentuava sempre o significado das palavras, talvez porque a musica, fosse a primeira forma de linguagem universal que cruzou a minha vida.
Gosto das palavras sentidas, intensas, densas, desmedidas... Detesto o tom rude das palavras que se vestem de ironia, especialmente quando nascem do despeito e se tomam como certas, em momentos de menos clareza!
Por isso, também eu, gosto de me enroscar nas palavras, mas, sei bem porque gosto, porque elas, são em definitivo, parte de mim!

1 comentário:

Unknown disse...

Como gostas tanto de palavras deixo-te estas para que possas sentir...


"Volta até mim no silêncio da noite
a tua voz que eu amo, e as tuas palavras
que eu não esqueço.
Volta até mim
para que a tua ausência não embacie
o vidro da memória, nem o transforme
no espelho baço dos meus olhos. Volta
com os teus lábios cujo beijo sonhei
num estuário
vestido com a mortalha da névoa;
e traz
contigo a maré da manhã com que
todos os náufragos sonharam."

Com muito carinho do teu Amigo!